Certa vez, fotografando um imóvel em Campos do Jordão, ouvi da proprietária uma situação curiosa: alguns hóspedes reclamaram que a casa ficava “longe demais do centro”. O detalhe é que o anúncio era claro: o lugar era remoto, de difícil acesso, perfeito para quem queria tranquilidade.
Esse episódio mostra como, na locação de imóveis por temporada, perto e longe são conceitos relativos. Para alguns hóspedes, 15 minutos de carro não significam nada. Para outros, podem ser motivo de insatisfação. Quando expectativa e realidade não se encontram, surge a frustração, e isso impacta diretamente nas avaliações e no retorno do investimento.
Segundo o Airbnb, anúncios com descrições detalhadas e honestas têm mais chances de conquistar avaliações positivas. Afinal, a distância não é só geográfica: é a distância entre o que o hóspede imaginava e o que realmente viveu.
Alguns viajantes querem um lugar remoto, com silêncio e natureza. Outros valorizam proximidade de restaurantes, comércio e vida noturna. O desafio do anfitrião é comunicar com clareza, descrevendo distâncias, pontos de referência e, principalmente, transmitindo a essência da experiência.
É aqui que a fotografia se torna estratégica. Mais do que mostrar o imóvel, ela pode traduzir a sensação de estar ali, preparando o hóspede para a vivência real. Foi exatamente por isso que desenvolvi um método focado em registrar imóveis de temporada de forma autêntica, conectando estética e experiência.
No fim, a verdadeira pergunta não é se o imóvel é perto ou longe. É: o imóvel está próximo do que o hóspede procura?
A distância entre expectativa e experiência na locação
Perto e longe: uma questão de percepção
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